Sunday, November 22, 2020

Escola de Dança


Há na alameda onde moro,

Uma nova escola de dança,

É um prédio bem na esquina

Da Inspiração com Poesia


Quando a tarde se avizinha

E o sol quer descansar,

Subo a rua dos Desejos

Para ver as bailarinas,


Escorrendo na vidraça

A beleza inunda a rua

Onde bailarinas giram

E ganham minha mesura.


Escurece, a escola fecha.

Caminho pela Solidão

Volvendo à casa onde habito

Na rua da Imaginação.


Vanessa De Aquino.

2010


Saturday, November 14, 2020

In Time / Em Tempo (tradução)

By Vanessa De Aquino



Where is the past?

Traveling through space
to the eyes of the beholder

Can I bend the space to rescue my past?
Through a wormhole join the observer?
Catch the light that bears my story?
Would I see the big picture? Find the answers?

What good are the answers to what is already dead?

If I bend space, if I beat light
Would I be standing in the future?
Or ignoring my present?
When my earthling eyes in the past
Search for me in the future.

Where is the future?

In calculated predictions and scientific models? 
in vain parents’ plans of tomorrow?
What is this terrifying ghost making us step forward?
This illusion that crumbles into present when touched 
And shatters into the unreachable see-through-glass-chamber of the past.

What is it, the future?

An invention, an illusion 
A mirage, a deduction
A promise, a prediction 
A hope, a calculation
A feeling, a seduction
Distracting us. 

No future can be controlled
But present is the future’s harness

Where is the present?

Like restless waves in an agitated ocean,
It’s passing through without minding us
Flooding our dreams with reality 
Drowning us into history
Now
And now
And now.


Vanessa De Aquino
June 2020

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Segue abaixo uma tentativa de tradução do poema acima. Tal tradução, feita por mim ainda precisaria de extensivas revisões para alcançar a real aura do poema original. Porém, pelo bem da experimentação, acredito que ainda é válido adicioná-la. 

EM TEMPO



Onde está o passado?


Viajando pelo espaço

Rumo aos olhos do observador.


Seria possível dobrar o espaço e resgatar meu passado?

Por um buraco de minhoca me juntar ao observador?

Agarrar a luz que carrega minha estória?

Entenderia eu a situação? Encontraria respostas?

Para que servem as respostas para o que já está morto?

Se eu dobrar o espaço, se eu vencer a luz
Estaria eu de pé sobre o futuro?
Ou ignorando meu presente?
Quando meus olhos terrenos no passado

Procuram por mim no futuro. 


Onde está o futuro?


Em previsões calculadas e modelos científicos?

Em vãos planos maternais sobre o amanhã?
O que é este aterrorizante fantasma nos fazendo andar para frente?
Esta ilusão que se esfarela em presente quando tocada

E se estilhaça na intocável câmara transparente do passado.


O que é isso, o futuro?

Uma invenção, uma ilusão

Uma miragem, uma dedução

Uma promessa, uma predição

Um sentimento, uma sedução 

Distraindo-nos. 


Nenhum futuro pode ser controlado

Mas o presente são as rédeas do futuro

Onde está o presente?


Como incansáveis ondas do agitado mar, 

Está passando entre nós sem se importar

Inundando nossos sonhos com realidade

Afogando-nos em história

Agora, 

E agora,

E agora.


Vanessa De Aquino

Junho 2020 


Thursday, November 5, 2020

O Entrelaçamento Quântico

 Para Ketely de Aquino


De repente eu me lembro 

da gênesis, 

o líquido início, envolto em água da vida

a faísca, 

o encontro único,

o maior romance do universo resumido em células incompletas

que se completam…

Eu me lembro da gênesis 

E via o seu sorriso, suas maria-chiquinhas, 

os braços colados no ventre que nos separava. 

Eu via como se eu visse tudo muito melhor do lado de fora, 

ainda que estivesse do lado de dentro. 

Era você, meus olhos, me contando das maravilhas que via, 

Meus ouvidos apegados às músicas que cantava… 

E o teu ouvido colado no meu mundo 

Eu me lembro do quanto você amava o lado que ainda não era, 

o lado meu, o lado que outrora fora seu… 

Onde mora a espera sem consciência, 

Onde a ciência explica, mas não compreende. 

Eu me lembro do seu chamado 

E eu vim para ser mais do que autoriza a classificação ordinária da sociedade. 

Eu vim para ser com você e não sem, porque foi com você que eu comecei a ser 

Seu amor me nutria, 

o cordão umbilical universal qu'inda nos une, no mesmo universo, na mesma história, no mesmo   tempo… 

Eu me lembro disso… o cosmos sorriu 

Do seu gozo uma partícula de estrela se dividiu, 

Suas metades pousadas no DNA que adotamos. 

Estava feita a nossa ligação, 

Uma eterna e efêmera vida no planeta Terra. 

Tudo para prolongar a recordação do primeiro sorriso cósmico. 

Eu me lembro de você, 

História milenar que vem antes de nós 

e que continuará na espiralação do universo 

mesmo depois de que tudo do que 
nos lembramos se tenha ido. 

E como o tempo não é, não foi e não será em nossa história, 

percebo agora que simplesmente não me lembro… 

porque tudo é, porque somos e apenas somos. 



Vanessa De Aquino


26 Março 2016

Quantum entanglement