10/10/10
Era menina-diana, era banho de rio, era muita esperteza, era branca e singela, não fala sua estória sem mudar de cor.
Era um camaleão, capitão de um navio, era meio chuvisco, era forte, era deusa, até boa de bola, era coisa de ator.
Era uma lata de leite, era boba, er'azeite, era um disse-me-disse, era imaginativa, faminta, amiga, expansiva e ardor.
Era risada gostosa, um jeito de gente, violão plangente, lembrava uma nega, era pele de lua e tinha um cobertor.
Essa menina que ensina, que pensa e que drama, mais canta, mais dança que um fim de semana, parece comigo, mas lembra uma flor.
Era poeta, engraçada, enfermeira ela era, futrica, bisnaga, ‘té boa de briga, era bola-de-gude, cansada semana ela sente uma dor.
Era feito porcelana, de ferro e de fama, talento de anjo, dos gregos a trama, até mesmo a questão que enforcou Calabar.
Eu vi crescer do avesso essa moça, essa mana, que cuida, me mima, me escreve e declama, dirige as vidas do seu altar.
Quando eu passar essa fase me dá outra vida com essa menina que é bem resolvida, pois a eterninade não vai lhe escapar.
Vanessa Emmanuelle de Aquino.
Vanessa Emmanuelle de Aquino.