Tuesday, October 26, 2010

Essa Menina

Para a minha menina a quem eu faço reverência.
10/10/10

Era menina-diana, era banho de rio, era muita esperteza, era branca e singela, não fala sua estória sem mudar de cor.

Era um camaleão, capitão de um navio, era meio chuvisco, era forte, era deusa, até boa de bola, era coisa de ator.

Era uma lata de leite, era boba, er'azeite, era um disse-me-disse, era imaginativa, faminta, amiga, expansiva e ardor.

Era risada gostosa, um jeito de gente, violão plangente, lembrava uma nega, era pele de lua e tinha um cobertor.

Essa menina que ensina, que pensa  e que drama, mais canta, mais dança que um fim de semana, parece comigo, mas lembra uma flor.

Era poeta, engraçada, enfermeira ela  era, futrica, bisnaga,  ‘té boa de briga, era bola-de-gude, cansada semana ela sente uma dor.

Era feito porcelana, de ferro e de fama, talento de anjo, dos gregos a trama, até mesmo a questão  que enforcou Calabar.

Eu vi crescer do avesso essa moça, essa mana, que cuida, me mima, me escreve e declama, dirige as vidas do seu altar.

Quando eu passar essa fase me dá outra vida com essa menina que é bem resolvida, pois a eterninade não vai lhe escapar.




Vanessa Emmanuelle de Aquino.

Monday, October 25, 2010

A Aula de Dança

Ouvia música e era arrebatada, os pés se moviam suavemente e o corpo queria se entregar  aos acordes. A mente se perdia em devaneio, o coração palpitava e me fazia sentir renovada. Era amor, pensei. Precisava encontrar uma forma de libertar o corpo das cadeias da timidez, da auto-consciência, do olho do outro.
Encontrei uma escola de dança. Me inscrevi no curso de danças mais apaixonado possível. Sonhei com as aulas, me preparei. Comprei um vestido  com fitas vermelhas, uns sapatos cheios de más intenções, coloquei na minha bolsa o vestido, os sapatos e o coração.
Aterrisei no estúdio com brilho nos olhos, cabelos presos sem muita ambição, sorriso de lua e expectativas sem fim.
Quando o professor de dança chegou, nos explicou os princípios da dança e nos ensinou como contar. Ao ouvir tal heresia a dança se escondeu atrás do divã, a música tocou à força, os passos ficaram perdidos.
1,2,3,4,5,6,7,8.
1,2,3,4,5,6,7,8.
Aprendi a contar na aula de dança e a minha esperança se atirou pela janela. Meu corpo não sabe contar, quem conta são os matemáticos com sua mania de medir poesia. O meu corpo confuso não acertou sequer um passo. Frustração e um silêncio gélido me dominavam.
Fim de aula. O professor disse: “Se quiserem praticar podem ficar no estúdio.”
A música retomou o fôlego, e sem números dançando pelo ar, ela tocou delicada o assustado coração. Abracei o parceiro de dança e o corpo obedeceu seu comando. Eu podia agora dançar sem explicações, aquilo que jamais se poderá explicar.


Vanessa Emmanuelle de Aquino.


Tuesday, October 19, 2010

El Cuento de la Calle de Las Flores



Había una casa en la Calle de Las Flores donde crecía un rosal. Pero en cada año, al final de la primavera, apenas una rosa floría.

Era una rosa tan hermosa que todos se detenían frente a ella para admirarla. Pero lo que pasaba es  que después de ver la rosa, las personas no eran capaces de reconocer la belleza en todo lo demás. 

Toda la gente admiraba tanto aquella flor que todas las veces que la rosa se murria, a principios del invierno, las personas sentían sus vidas secas y pálidas. Debido a que no les era posible ver la belleza en cualquier otro lugar.

Curiosamente, todos los años cada vez más y más personas se reunian en frente de la casa antes del final de la primavera. Ellos deseabam volver a ver la belleza que no podían más encontrar en ningún otro lugar.

Poco a poco, la multitud empezó a desputar espacio delante de la casa, unos intentaban avanzar, otros empujaban los que tenían mejor ubicación para ver la rosa y de pronto, la gente empezó a matar unos a los otros con fines de tener la oportunidad de ver la rosa una vez más.

Cuando todos estaban muertos, miles de capullos de rosa florecieran a tal punto, donde no se podía ver nada en la calle además de los capullos de rosa, brillantes de color sangre.




Vanessa Emmanuelle de Aquino.