Eu provavelmente nasci no berço da poesia. Lá, todo mundo vê poesia mais do que lê.
Meus amigos olham os céus e dizem: -Que lindo! Meus pais vêem as montanhas e dizem: Que maravilha! Senhoras passeiam pelos jardins e dizem: É Deus!
Meus amigos olham os céus e dizem: -Que lindo! Meus pais vêem as montanhas e dizem: Que maravilha! Senhoras passeiam pelos jardins e dizem: É Deus!
Já nas terras do norte não parece existir poesia. Todo mundo conhece a lua, mas do ponto de vista do médico.
Sabem seu tamanho, peso e distância e até quantas voltas ela dá, porém, ninguém fala da alma da lua. Debaixo de tantas luzes artificiais e análises científicas a lua fica até feia e sem uso. Acho que de vergonha por ser descaradamente desnudada pela ciência, ela esconde sua aura poética e enigmática.
Já nas Minas o povo faz questão de viajar pro mato onde a lua pode reinar misteriosa na escuridão do céu. Os mineiros vivem a poesia, mastigam-na com a comida do fogão à lenha, nadam na poesia em secretas cachoeiras e nostálgicos, caminham sobre ela quando encontram o barroco das igrejas de Sabará, Ouro Preto e Diamantina.
Sabem seu tamanho, peso e distância e até quantas voltas ela dá, porém, ninguém fala da alma da lua. Debaixo de tantas luzes artificiais e análises científicas a lua fica até feia e sem uso. Acho que de vergonha por ser descaradamente desnudada pela ciência, ela esconde sua aura poética e enigmática.
Já nas Minas o povo faz questão de viajar pro mato onde a lua pode reinar misteriosa na escuridão do céu. Os mineiros vivem a poesia, mastigam-na com a comida do fogão à lenha, nadam na poesia em secretas cachoeiras e nostálgicos, caminham sobre ela quando encontram o barroco das igrejas de Sabará, Ouro Preto e Diamantina.
Cá onde eu moro não tem poesia e eu fico me sentindo como uma canção do Chico, feito concha jogada no quintal e que embora enxuta, guarda o mar no seu estojo... um mar de morros, o mar de Minas.
Vanessa Emmanuelle de Aquino.